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Vamos falar sobre alimentação de conforto?

Nosso trabalho - Bella Vita

urante o processo de envelhecimento muitos idosos vão apresentar situações de saúde onde sua capacidade de se alimentar com segurança por via oral fica comprometida.

Estratégias como suplementação, terapia e acompanhamento fonoaudiológico e mesmo uso de sondas entram em cena como estratégias de enfrentamento dessa limitação, que em geral provoca muitas discussões e dúvidas, além de muitas vezes causar frustração e sofrimento para a família e cuidadores.

Alimentar a quem amamos é um ato para além de nutrir ou garantir a satisfação das necessidades fisiológicas de outro ser humano, é um ato de prazer e conexão, que envolve herança cultural e afetiva de cada família, sobretudo é um ato de sociabilidade. Assim entendida, a comida ofertada assume um valor de cuidado.

Quando há limitações na capacidade de ofertar comida em situações de doenças que ameaçam a continuidade da vida, o fonoaudiólogo como integrante da equipe multidisciplinar de atenção ao idoso na ILPI, pode sugerir essa alimentação de conforto, que não tem como compromisso questões nutricionais ou manutenção de parâmetros metabólicos, criando estratégias para que o idoso possa receber alimentos ou líquidos que façam sentido para a história daquela família, daquela pessoa em processo de finitude.

Um dos papéis do fonoaudiólogo especialista em gerontologia é esclarecer a família e equipe de cuidados sobre estratégias seguras dessas ofertas, em relação a consistências, posturas, utensílios e volumes, mensuração dos riscos e benefícios das estratégias adotadas, sempre promovendo conversas sinceras e amorosas com a família e não perdendo de vista o paciente como centro do cuidado.

Lembrando sempre que quando enfrentamos doenças ameaçadoras da vida em que a cura não é mais uma possibilidade, cuidar é curar, e uma das formas mais antigas de cuidado e amor é a oferta desse amor em forma de comida!

 

Daniela Zanini

Fonoaudióloga

 

CRF/SC 8031

 

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