O eixo central das práticas de arte educação que acontecem no lar, tem a afetividade como ponto de partida e estruturação de toda a ação. São os vínculos afetivos de confiança, respeito, intimidade e entrega que constroem os processos de aprendizagem. A afetividade é um estado de afinidade profunda com o seu ser, e o ser do outro que origina sentimentos de amor, amizade, altruísmo, maternidade, paternidade, fraternidade. É um sentimento que envolve um sentimento de amor à espécie.

A afetividade tem expressão privilegiada no amor, orientado a uma pessoa específica ou pode ter a dimensão de um amor, como o amor pelos educandos, pela comunidade, pelo povo, pela humanidade e pela natureza. Ao mesmo tempo ela é expressão da identidade pessoal e processa a sua integração com a identidade da vida. Experenciar o afeto facilita uma renovação biológica. Nós precisamos nos sentir seguros e cuidados para estarmos saudáveis.

Ao desenvolver nossa capacidade de educadores não exercemos apenas um ofício, um papel, mas, através da nossa capacidade de vínculo, de amar, de sermos nutritivos, de expressar nossa amorosidade por nosso educando, estamos promovendo o desenvolvimento de sua identidade, de sua articulação orgânica e integrada consigo mesmo, com o outro, com a comunidade, com o cosmos. A construção do conhecimento deve estar integrada à afetividade para o educando desabrochar a consciência crítica, o engajamento transformador e criativo, numa identidade saudável, na sabedoria que integra o saber racional e o saber da vida.

Vinícius Coelho

Pedagôgo, Arte Educador e Professor de Dança Sênior